A importância das telecomunicações na transmissão dos Jogos Olímpicos 2021: uma análise histórica
Data da publicação: 16 de agosto de 2021 Categoria: BlogAutor: Ednardo Rocha, aluno de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal do Ceará e bolsista do PET Telecom.
Símbolo das Olímpiadas 2021. Fonte: https://images.app.goo.gl/EBxtRidrMPcor3Sx8
Uma análise introdutória
Em 2021 a sociedade global enfrentou uma pandemia, fato este que desencadeou reflexões que, com a correria do dia-a-dia e normalidade de práticas cotidianas, não eram feitas. Por exemplo, acordar e checar notícias na TV, preparar seu GPS antes de sair de casa ou acessar suas redes sociais no ônibus são práticas que fazem parte da normalidade e raramente paramos para pensar que nem sempre foi assim. Assim como os Jogos Olímpicos, que demoraram décadas para que o público conseguisse acompanhar do conforto de sua casa. Esse ano, os Jogos alcançaram a maior audiência global da história, e isso se deu graças aos avanços tecnológicos das telecomunicações. Então vamos fazer um passeio na história disso tudo?
Primeiramente, o que é telecomunicações?
Imagem ilustrativa de telecomunicações. Fonte: https://images.app.goo.gl/EBxtRidrMPcor3Sx8
De acordo com o dicionário, telecomunicações é uma designação genérica das comunicações a longa distância que abrange a transmissão, emissão ou recepção de sinais, sons ou mensagens por fio, rádio, eletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético.
De uma forma simples e rápida, telecomunicações é tudo, é o celular que você está usando para ler isso, é o seu computador, a sua TV, o seu rádio, enfim, toda a tecnologia que nos cerca atualmente. Esse ano ela se fez mais importante nas Olimpíadas, já que pela pandemia não foi possível a participação do público e serão as transmissões recheadas de muita tecnologia que vão salvar o contato com o esporte de todos os lugares.
Mas como será que acontecia quando não tínhamos TV, rádio e muito menos Internet?
Abertura dos Jogos Olímpicos de 1896. Fonte: https://images.app.goo.gl/EBxtRidrMPcor3Sx8
A frase “Só quem viveu sabe” nunca fez tanto sentido como nesse caso, afinal, quem não estava em Atenas para ver os primeiros Jogos Olímpicos modernos, em 1896 (cabe lembrar que esse foi o mesmo ano da invenção do rádio, contudo ainda era totalmente inviável seu uso nessa escala), não conseguiu acompanhá-los em tempo real. A possibilidade veio somente 28 anos depois, quando houve a primeira transmissão de uma Olimpíada no rádio, em Paris. Um grande público foi alcançado, entretanto os limites eram as fronteiras do país, já que fora dele não havia um sistema adequado para transmitir, afinal a gente da Telecom sabe das limitações de uma transmissão via rádio, não é mesmo?
Nessa época o rádio já tinha chegado ao Brasil, porém foi só a partir da década de 1930 que começou a acompanhar os Jogos e quando de fato o brasileiro teve contato em tempo real com as Olímpiadas. Não podemos esquecer que é obvio que, mesmo se tratando de rádio, isso ainda era uma experiência para as classes altas da época, evidenciando o fato de que a prática esportiva até pouco tempo atrás ainda era muito elitizado, o que não deixa de ser uma realidade até os dias atuais.
Mas quando será que a população começou a de fato ver uma competição? Então, quem queria não só escutar mas também assistir teve que esperar até 1936, quando se deu a primeira transmissão televisiva, em Berlim. Só que, para ver as Olimpíadas pela TV, era preciso ir até a Vila Olímpica ou a determinados locais públicos. Já o resto do mundo teve que aguardar até 1960 para poder assistir à transmissão dos Jogos de Roma.
Até então, quem não tinha TV ou rádio, e quem não podia viajar até a cidade sede dos Jogos Olímpicos, ou seja, a maioria da população do planeta, tinha que se contentar com a cobertura dos jornais e revistas, o que, no Brasil, era pouco abrangente, tendo em vista que os esportes ali presentes ainda não tinham ganhado espaço no gosto do brasileiro, diferentemente do futebol, por exemplo.
A Internet e os Jogos Olímpicos
A Internet, dentre os inúmeros benefícios, trouxe a simultaneidade. Hoje dentro de um celular pode ser encontrado toda a informação que se queira saber, seja em pesquisa nas redes sociais, seja numa propaganda, o acesso a informação se tornou universal e dentre todos os aspectos positivos e negativos que isso desencadeou podemos afirmar que estivemos dentro das Olímpiadas 24 horas dos nossos dias.
O Brasil vibrou com a seleção de vôlei entes mesmo das primeiras competições pela visibilidade ganhada nas redes sociais, se emocionou com as medalhas da Rebeca Andrade e vibrou com cada competição, fazendo reacender o espírito patriota que, apesar de tudo, não deixamos apagar.
Rebeca Andrade, medalhista de ouro e prata na ginástica artística. Fonte: https://images.app.goo.gl/EBxtRidrMPcor3Sx8
Conclusões
Este ano, como o mundo sabe, as Olimpíadas ocorreram no Japão e, como já foi mencionado, não foi possível a participação de espectadores. Porém, como um dos países mais avançados tecnologicamente, esses Jogos contaram com muitos avanços. Além da evolução da internet 5G, a transmissão das Olimpíadas de Tóquio contou, segundo os organizadores, com mais definição e menos delay. E não parou por aí, as filmagens que foram passadas ao público contaram com uma qualidade e avanço de outro nível, com várias câmeras, drones, robôs e conjunto olímpico sustentável. Também foi incluído a presença de realidade virtual, reconhecimento facial e rastreamento de atletas.
E aí, também ficaram curiosos para acompanhar os próximos capítulos desses avanços tecnológicos? Poderemos ver tudo de perto e com mais possibilidades com o fim da pandemia, se tudo continuar melhorando, na próxima competição, que ocorrerá em Paris no ano de 2024.
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